sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Reconhecida


Canta tua poesia engasgada

embranquecida no ritmo dos

dias todos tolos

Dias esquecidos todos roucos

irreconhecidos,irreconhecíveis

novos poucos.

Enquanto vivo meu mundo

amarelecido, desconhecido de mundos outros

Enquanto todos vivem seu mundo

embevecido, privativo

compulsório irrefletido

irremissível oco

Fala tua poesia rasgada

de versos incontidos

combativos do impessoal infinitivo

Infinito, sem fim, sem limite

definido

Dias reconhecidos em mundos outros

inserido, incumbido

de produzir o improduto

homem novo

reflexivo, referido

reagido ao desvalido mercantil enobrecido

informa, forma, manifesta uma prosa

poética polifilética

E desengasga teu canto

minha fala

reconhecida, proferida, individida

fala escancarada,

poesia,

desejada desterrada.

[ R.N. ]


Sobre a autora:

R.N. é uma querida amiga e camarada.
Me presenteou com esse pequeno poema no dia do meu aniversário (7/10).



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Mensagem aos leitores

Peço desculpas pela ausência.

Tive problemas técnicos com a internet, por isso não pude enviar as edições do A Desonra dos Poetas.

Agora retomamos o leme dessa pequena nau.

Saudações,

Alexandre Linares

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